quarta-feira, 19 de março de 2008

EDUCAÇÃO TRADICIONALISTA

CONHECIMENTO, CONSCIÊNCIA, TRADIÇÃO!

A quem integra o Tradicionalismo organizado é necessário conhecer a história do Movimento Tradicionalismo Gaúcho, suas origens, seu fins, os seus motivos, a Filosofia Tradicionalista.

A figura do Tradicionalista Gaúcho só se completa com esse conhecimento cultural básico e com a consciência tradicionalista dele advindo.

A juventude dos dias atuais, conhecendo os feitos de outros jovens – integrantes do Departamento de Tradições Gaúchas do Colégio Júlio de Castilhos, o Julinho, de Porto Alegre, no ano de 1947 – e a árdua luta deles pelo direito de cultuar, vivenciar, preservar e divulgar os usos e costumes tradicionais de seus pais, de seu rincão, do povo de sua Terra, certamente saberá valorizar bem mais as autênticas Tradições dos Gaúchos Brasileiros e os objetivos institucionais do Tradicionalismo a que estão vinculados.

Conscientes, pelo conhecimento, da filosofia que rege o Tradicionalismo, todo o jovem tradicionalista internalizará aquele mesmo espírito de culto, preservação e defesa do patrimônio cultural pertencente a todo o Povo Gaúcho do Sul do Brasil.

Dessa forma, desde piazitos e prendinhas, todos os tradicionalistas cientes estarão de que, para que as Sociedades Tradicionalistas possam cumprir os seus papéis de Guardiãs da Tradição Gaúcha, devem observar que:

· conservar no interior de suas sedes administrativas o ambiente adequado às práticas dos princípios morais do gaúcho, como a da hospitalidade, do salutar convívio, do respeito, em especial aos mais velhos e às prendas, é cumprir um dos fins do Movimento Tradicionalista Gaúcho, por serem esses alguns dos aspectos sociológicos do povo gaúcho brasileiro;

· nos Centros de Tradições Gaúchas e demais Entidades Tradicionalistas não é qualquer música que pode ser executada, devendo ser evitadas, principalmente, aquelas de conteúdo impróprio, seja porque a letra não se classifica como tradicionalista ou porque tem duplo sentido, ou, ainda, porque o compasso vem a contrariar os fins do Tradicionalismo, dentre os quais os de defesa e preservação da autenticidade dos usos e costumes gauchescos tradicionais;

· que o uso da indumentária tradicional dos Gaúchos do Brasil deve estar de acordo com as Diretrizes para o Uso da Pilcha Gaúcha do Tradicionalismo que orienta as suas entidades, evitando-se, assim, que os interesses de mercado e seus modismos venham a desnaturar aquilo que é tradicional e deve ser preservado, defendido e cultuado como tal, ou seja, que a própria essência de suas Entidades Tradicionalistas não venha a se perder em meio a tantos interesses econômico-financeiros de um mundo capitalista-globalizado;

· que nos recintos tradicionalistas deve-se primar, desde a chegada até a saída, pela vestimenta mais adequada ao tradicional jeito de viver dos gaúchos brasileiros, preferencialmente com o uso correto de todas as suas peças, evitando-se aquelas que não são oriundas da região sul-brasileira, embora estejam sendo ofertadas até no interior das próprias entidades que têm, por obrigação estatutária, o dever de coibi-las;

· no Tradicionalismo as preferências pessoais devem ceder aos postulados tradicionalistas por uma questão de lógica, na busca da necessária coerência cultural, pois do contrário, se cada um fosse usar a roupa que quisesse, tocar a música que quisesse, dançar do jeito que quisesse e agir do jeito que quisesse, o ambiente tradicionalista não poderia se dizer tradicionalista, por estar muito distante da sua filosofia, de seus objetivos, de seus fins, dentre outros o de manter a Identidade do Povo Gaúcho Brasileiro;

· nunca é demais relembrar aos mais jovens que, no ambiente tradicionalista gaúcho, não devem, ao namorar, cometer os eventuais excessos que, talvez, pudessem ser praticados em outros locais, tais como: colocar a namorada no colo, exagerar nos agarramentos, nos beijos, enfim, cometer atos que estariam em desacordo com a tradicional moralidade dos gaúchos interioranos da região sul de nosso país, sabidamente recatados e comedidos, especialmente quando reunidos em sociedade;


· que as prendinhas devem ser orientadas, desde quando chegadas ao ambiente tradicionalista gaúcho, da postura correta ao sentar; da impossibilidade de abanar-se com o vestido de prenda, diante de eventual calor; da forma adequada de dançar, a distância correta entre os pares, o posicionamento certo dos braços e das mãos no ato de dançar;

Esses são alguns lembretes que devem ser renovados aos integrantes do Tradicionalismo, por meio de ações educacionais permanentes e contínuas. Aos recém-chegados nos CTGs e demais Entidades Tradicionalistas, estas são informações imprescindíveis, uma vez que muitos desses novos sócios e freqüentadores nunca mantiveram contado anterior com a cultura gaúcha tradicional, não dispondo de um mínimo de conhecimento que os permita se adequar aos propósitos do Tradicionalismo e a respeitar os seus objetivos, os seus fins, a filosofia contida na sua Carta de Princípios.

Assim, espera-se que todos cumpram com o seu dever: Patrões, Posteiros Culturais, Artísticos, e demais membros das Patronagens, na implementação e execução das necessárias atividades educacionais tradicionalistas, no âmbito de suas entidades; e os Tradicionalistas que integram os diversos MTGs e suas respectivas Entidades filiadas, nas práticas da coerência cultural-regionalista, da defesa do gauchismo sul-brasileiro, do exemplo de cidadão tradicionalista consciente, transmitindo à Juventude Tradicionalista o espírito de preservação das autênticas Tradições e da Identidade Cultural de todo o Povo Gaúcho Brasileiro!

Matéria extraida do site BOMBACHA LARGA em 27 / 10 / 2007.

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