O galo cantado
Eu “solito” mateando
Sob a copa do tarumã
Amanhã se espichou longa
Couro estaqueado e arreio ensebado
Assoviando uma milonga
De parceiro, o cusco oveiro.
A tarde vem se aquerenciando
Desemalo os arrieios e pego a gateada
Pro campo vou me bandeando
Pra repontar a vaca pesteada.
Logo descamba a boca da noite
A indiada de vereda se entoca
Caindo a geada fazendo açoite
E a friagem que o minuano provoca
Cevo um amargo,por ali fico
Pensando em causos, na lida e assombração
E um cerne de angico
Queimando em fogo de chão...
DOM GASPAR MARTINS - POÉTA URUGUAIANESE
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